Bolsistas avaliam efeito da melatonina no leite materno

Bolsistas avaliam efeito da melatonina no leite materno

Em 21/09/21 18:28. Atualizada em 22/09/21 09:32.

Pesquisadores da Enfermagem e Química da UFG verificam a relação entre a baixa quantidade desse hormônio natural e os sintomas de estresse, ansiedade e depressão no pós-parto.

CCS/CAPES

Sintetizada pela glândula pineal, localizada no cérebro, a melatonina tem papel relevante para o funcionamento do organismo humano. É um hormônio natural, secretado principalmente à noite, na ausência de luz, e distribuído para vários tecidos do corpo. Relacionado diretamente com o chamado ‘relógio biológico’ de cada pessoa, possui  propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes, anticancerígenas, e também afeta a qualidade do sono e do humor. A baixa quantidade dessa substância em mulheres que acabaram de ter bebês pode ser uma das causas do estresse, da ansiedade e da depressão no pós-parto.

Flávia Silva e Oliveira, bolsista de doutorado da CAPES no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFG (Foto: Carlos Estevam - CCS/CAPES)

 

É pelo leite materno que a criança tem o primeiro contato com esse hormônio. Ele influencia na qualidade do sono do recém-nascido, além de sua concentração afetar o estado de humor da puérpera. Para a investigar seu o efeito, pesquisadores da Faculdade de Enfermagem e do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (UFG) se uniram para traçar a relação entre a quantidade de melatonina presente no leite da mulher e o padrão alimentar, as doenças emocionais, a repercussão no sono das mães e bebês e as cólicas dos recém-nascidos.

“Com a identificação de quais fatores influenciam na alteração da concentração da melatonina no leite materno é possível fazer um rastreio. Isso possibilita ofertar tratamento e orientações às mulheres já durante o pré-natal”, afirma Flávia Silva e Oliveira, bolsista da CAPES, doutoranda no Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da UFG.

Andréa Rodrigues Chaves, professora do Instituto de Química da UFG (Foto: Carlos Estevam - CCS/CAPES)

 

Na pesquisa, Andréa Rodrigues Chaves, professora do Instituto de Química da UFG, explica que foi adotada uma metodologia mais acessível, “que vai ao encontro de técnicas ambientalmente amigáveis, que diminua a produção de resíduos perigosos e tóxicos e que nos levem a uma determinação assertiva da concentração de melatonina e os seus metabólitos presentes no leite materno”. Seu colega, Lucas Santos Machado, bolsista de doutorado da CAPES do Programa de Pós-Graduação em Química da mesma instituição, complementa: “Estamos construindo um dispositivo cujo objetivo é tornar as técnicas mais simples e mais baratas se comparadas a exames convencionais que normalmente são empregados”.

Flaviana Vieira, professora da Faculdade de Enfermagem da UFG (Foto: Carlos Estevam - CCS/CAPES)

 

Cabe à Enfermagem a coleta de dados sociodemográficos e de saúde das mulheres que participam do estudo. No pós-parto, ainda no hospital, elas são orientadas sobre a retirada e armazenamento do leite materno, que deve ser feito 14 dias após o nascimento, que é quando se registra um pico da melatonina no leite. A amostra é congelada e recolhida pela equipe de pesquisadores em até três dias. Flaviana Vieira, professora da Faculdade de Enfermagem da UFG, explica que “a partir dos resultados, será possível propor intervenções na alimentação, na orientação de padrão de sono para ajudar a mulher a encontrar o caminho de ter um aumento da melatonina”.  

Lucas Santos Machado, bolsista de doutorado da CAPES do Programa de Pós-Graduação em Química da UFG (Foto: Carlos Estevam - CCS/CAPES)

 

A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) é um órgão vinculado ao Ministério da Educação (MEC).
(Brasília – Redação CCS/CAPES)

 

Fonte: Capes

 

Categorias: NOTÍCIA pesquisa...