Doutoranda do IQ é aprovada em edital com formação internacional

Texto: Versanna Carvalho

Foto: Arquivo pessoal/Lidya Cardozo da Silva

Uma pesquisadora do Laboratório de Cromatografia e Espectrometria de Massas (Lacem), vinculado ao Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás (IQ/UFG), foi aprovada em uma chamada pública muito concorrida, do ponto de vista técnico, voltada para engenharia e áreas afins. Nesse processo seletivo, a maioria dos candidatos são engenheiros, sobretudo engenheiros químicos. Já Lidya Cardozo da Silva fez a graduação, mestrado e está na fase final do doutorado em Química na UFG. 

Lidya foi selecionada pela Chamada CNPq/Petrogal Brasil S.A. nº 13/2021, realizada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), e a Petrogal Brasil, empresa portuguesa de refinação, que faz parte do grupo do setor de energias Galp.

De acordo com o texto da chamada, o objetivo é oferecer formação internacional de alta qualidade em áreas de interesse para a indústria de petróleo, gás e engenharias, por meio de bolsas de Fixação e Capacitação de Recursos Humanos (SET-H) no país e de Desenvolvimento Tecnológico e Inovação no Exterior Junior (DEJ) no exterior. 

Petroleômica

A pesquisadora conta ao Portal UFG que está muito feliz com o resultado. "Comecei a trabalhar com petroleômica [ciência dedicada à caracterização química do petróleo ] no doutorado e tenho gostado muito da experiência. Eu já pretendia continuar trabalhando na área, então essa é uma oportunidade incrível", comemora.

O curso é vinculado à Heriot Watt University (Escócia) e permite que o bolsista continue residindo no Brasil. A Heriot-Watt University ministrará as aulas on-line durante o período de 10 meses no Brasil. Há também dois meses de curso em Portugal. Ao final, será emitido um certificado de conclusão do curso em nível de capacitação de recursos humanos.

Lidya está finalizando o doutorado e quer conciliar o curso da Petrogal, que é on-line nos primeiros 10 meses, com o pós-doutorado que pretende fazer no Lacem UFG. "Permanecerei trabalhando no Lacem até o final do curso, quando irei para o estágio em Lisboa, mas o bom desempenho no curso é requisito para fazer o estágio em Portugal", explica.

Qualidade UFG

Segundo a pesquisadora, "a qualidade do ensino e da pesquisa na UFG me levaram a conseguir ser selecionada neste processo seletivo". Lidya conta ter sido aprovada com prioridade 1 e currículo bem avaliado, tendo recebido nota 4,71 quando a máxima era 5. A avaliação do currículo equivale a 50% da nota geral da chamada pública. 

Outro aspecto que gera uma expectativa muito positiva na doutoranda e no orientador da sua pesquisa, Boniek Gontijo Vaz, é a possibilidade de ser contratada pela companhia que está fazendo a chamada pública. 

"A perspectiva de contratação realmente é alta. A Galp está investindo bastante nessa chamada, para formação de mão de obra capacitada. Principalmente porque estão investindo muito em cada bolsista. O curso custa mais de 29 mil libras [mais de R$ 200 mil], fora o custeio de bolsas, passagens etc", afirma Lidya. Estão sendo destinados o total de R$ 3.100.882,20 em recursos para financiar as 10 propostas aprovadas. 

A mudança de fase do doutorado para o pós-doutorado e o curso da Petrogal estão sendo encaradas com tranquilidade pela pesquisadora. "Para mim é excelente. Eu gosto muito de trabalhar nessa área de petroleômica. Eu sou espectrometrista de massas, então, eu trabalho com essa parte da química analítica, e tenho trabalhado o doutorado todo com a espectrometria de massas voltada a petróleo. Fazer esse curso vai ser desafiador, mas gosto de desafios. Me deixa muito feliz a perspectiva de continuar atuando na área", conclui.