Agência de Cooperação Alemã e Fundação RTVE impulsionam pesquisas sobre petróleo sintético
UFG recebe investimentos de mais de R$3,7 milhões para desenvolver estudos sobre transformação de hidrogênio verde em combustíveis alternativos sem impactos climático
A Cooperação Brasil-Alemanha para o Desenvolvimento Sustentável, por meio da Deutsche Gesellschaft für Internationale Zusammenarbeit GmbH (GIZ), e a Universidade Federal de Goiás (UFG), com o apoio da Fundação Rádio e Televisão Educativa e Cultural (RTVE), deram início a uma parceria que vai garantir a promoção de saberes sobre combustíveis alternativos voltados à redução das emissões de gases do efeito estufa. A ideia é investir em estudos no Centro-Oeste do país sobre a produção de petróleo sintético. O projeto é coordenado pelo professor Christian Gonçalves Alonso, do Instituto de Química (IQ) da UFG.
Ao longo de dois anos, a UFG vai contar com um aporte de 760 mil euros destinados ao fomento de estudos experimentais e pesquisas científicas que servirão de base para a produção de óleo sintético cru a partir do hidrogênio verde e syngas (conhecido também como gás de síntese), insumo que será gerado pela transformação de resíduos orgânicos em gás. Estão previstas, ainda, a realização de análises e a simulação de processos sobre a conversão em hidrogênio verde de excedentes gerados pela agricultura e indústria.
O investimento será aplicado também na melhoria da infraestrutura de pesquisa da instituição em Goiânia, com a instalação de equipamentos e recursos científicos, e no treinamento de multiplicadores. Os recursos provenientes da parceria serão administrados pela Fundação RTVE, entidade de apoio à UFG. “Por meio desse projeto, a Universidade vai receber o que existe de mais moderno para as pesquisas sobre combustíveis renováveis”, afirma a professora Silvana Coleta, diretora-executiva da Fundação RTVE.
Um dos impactos esperados com a parceria é a transferência e disseminação de conhecimentos voltados para a descarbonização da indústria, com destaque para a geração de combustíveis alternativos sem impactos climáticos no setor de transporte aeroviário. Espera-se, ainda, a inclusão da temática do hidrogênio verde na grade curricular de universidades e outras instituições de ensino.
“A subvenção promoverá o desenvolvimento tecnológico regional, agregando valor aos recursos locais renováveis – visto que o estado de Goiás tem uma das suas fortalezas na agricultura e pretende fazer uma gestão sustentável dos resíduos. O projeto fortalece também o treinamento de recursos humanos em tópicos de grande interesse hoje, como a captura de CO2, a produção de H2 verde renovável e a conversão de ambos com o objetivo principal de obter petróleo bruto e a produção final de combustível de aviação sustentável (SAF)”, diz o diretor da GIZ, Markus Francke.
A iniciativa integra os esforços empreendidos pelos governos da Alemanha e do Brasil na produção de alternativas sustentáveis aos combustíveis fósseis. No âmbito de projetos como o H2Brasil, em colaboração com o Ministério de Minas e Energia (MME), e o projeto Combustíveis Alternativos sem Impactos Climáticos (ProQR), coordenado em conjunto ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), a cooperação técnica entre os dois países trabalha pela geração de conhecimentos e pelo aprimoramento de tecnologias que possam promover uma indústria livre de carbono.
O H2V e a Cooperação Alemã
A Cooperação Brasil-Alemanha para o desenvolvimento sustentável trabalha há décadas nas áreas de energia sustentável e eficiência energética. Mais recentemente, vem apoiando o aprimoramento das condições legais, institucionais e tecnológicas para a expansão do mercado de hidrogênio verde (H2V) e de seus derivados no país, incluindo os combustíveis renováveis. Nos próximos anos, com o apoio do Ministério de Minas e Energia (MME) e do Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), serão implementadas ações para a construção de laboratórios, desenvolvimento de novas tecnologias, fomento ao desenvolvimento e financiamento de ideias inovadores e projetos tecnológicos, construção de laboratórios, estudos, educação profissional e capacitação na área do hidrogênio verde e seus derivados.
Fonte: GIZ e Fundação RTVE