O Brasil é o país que terá o maior número de cidades participantes do festival mundial de divulgação científica Pint of Science neste ano. São 179 municípios, de todas as regiões do país, que vão brindar a ciência entre os dias 13 e 15 de maio. Sob a organização da Universidade Federal de Goiás (UFG), Goiânia está na rota do evento, que mescla divulgação e popularização da ciência com a alegria e a descontração do botequim. O público poderá conferir a programação científica, que vai começar a partir das 19h, em dois bares: no Rock Uai Bar e Pub, no setor Nova Suíça, e no Public 36 Rock Bar, no setor Marista.

A programação completa será divulgada em breve.  No entanto, a organização local do evento já estima que o foco serão temas atuais e de interesse geral, que sejam instigantes à curiosidade de quem não é cientista. Inteligência artificial, trends nas redes sociais, supercomputadores, música no Brasil, literatura como essencial à vida atribulada, destinação dos resíduos acumulados no dia a dia, dietas proteicas: tudo isso será foco de discussão.

Ideia inglesa
Essa ideia de tornar a ciência mais descontraída surgiu em 2012, numa iniciativa considerada o “embrião” do festival. Os cientistas Michael Motskin e Praveen Paul, na época pesquisadores do Imperial College London, na Inglaterra, organizaram um evento chamado Encontro com pesquisadores, trazendo aos laboratórios pessoas acometidas por Alzheimer, Parkinson, doenças neuromusculares e esclerose múltipla. A ideia era mostrar, àqueles diretamente impactados, o tipo de pesquisa que estavam realizando.

A experiência foi tão inspiradora que os dois cientistas pensaram: por que não fazer o contrário? Por que as pesquisadoras e os pesquisadores não podem sair de seus laboratórios para se encontrarem com a população? E qual é o lugar em que as pessoas estão mais abertas e felizes? Foi assim que nasceu o Pint of Science, com a primeira edição ocorrendo nos bares ingleses, em maio de 2013.

No Brasil
Em terras brasileiras, a história começou dois anos depois. Em 2015, cientistas do Instituto de Ciências Matemáticas e de Computação da Universidade de São Paulo (USP), na cidade de São Carlos, realizaram o Pint of Science pela primeira vez. Já em Goiânia, a ideia foi encampada inicialmente em 2017, também a partir da organização de cientistas da UFG, que levaram o público ao Quiosque Colombina e ao Matuto Bar.

A edição de 2024 está sob a responsabilidade da Pró-Reitoria de Pós-Graduação e da Secretaria de Comunicação da Universidade. Para o pró-reitor da área, Felipe Terra Martins, o Pint of Science é uma forma de devolver, à população, os recursos que ela investe na UFG, mediante pagamento de impostos. “Trata-se de uma maneira prazerosa de prestarmos contas para a sociedade, de devolvermos o conhecimento produzido aqui”, afirmou Martins.

O coordenador nacional do evento é Luiz Almeida, pesquisador e doutor em microbiologia. Já o coordenador da região Centro-Oeste é o professor Eduardo Bessa, da Universidade de Brasília (UnB).

Recorde de público
Em 2022, houve um recorde de participação com 120 cidades se unindo à iniciativa. Mas essa marca será superada neste ano, com a inclusão de 41 municípios que nunca sediaram o evento. A expectativa é que cerca de 25 mil pessoas participem do Pint of Science em todo País.